Usina de Letras
Usina de Letras
20 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62288 )

Cartas ( 21334)

Contos (13268)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10389)

Erótico (13574)

Frases (50677)

Humor (20040)

Infantil (5459)

Infanto Juvenil (4781)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140819)

Redação (3310)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6211)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Prevenção às Drogas é o Melhor Combate -- 17/01/2000 - 18:20 (Vânia Moreira Diniz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




PREVENÇÃO ÀS DROGAS É O MELHOR COMBATE



TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO MANUAL SOBRE A SAÚDE FÍSICA E MENTAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DA UNIÃO, EM CO-AUTORIA COM OS PROFS. PAULO DE MATOS FERREIRA DINIZ E ANTÔNIO PAULO FILOMENO, COM APÊNDICE EM DISQUETE, ED. BRASILIA JURÍDICA, 1998,ADAPTADO PARA PUBLICAÇÃO NA INTERNET.



Site:http://www.terravista.pt//FerNoronha/5843

E-mail:vaniamdiniz@zaz.com.Br





A Droga no Trabalho

No programa de prevenção cabe ao Sistema Oficial de prevenção a pedido dos responsáveis superiores dar aos servidores as informações que a ciência e a cultura produziram sobre como manter a vida e indicar os fatores que podem destruí-la.

Dentre as diversas fontes de informações: rádio, televisão, jornais e outros, o profissional de saúde é quem possui melhores condições para sistematizar a informação segundo os diferentes graus de conhecimento, maturidade mental e interesse dos funcionários.

Os malefícios da droga deverão ser enfatizados em palestras informativas e até em muitos outros assuntos poderão ser inseridas informações sobre o tema.

Para que seja bem aceita essas por assim dizer "teorias de prevenção" devem ser colocadas de modo fluente, sem exageros ou moralismo para que não se torne monótona.

A área de recursos humanos e a de saúde deve fazer um planejamento, um projeto contendo dinâmicas, estudos de caso, palestras, trabalhos escolhidos pelos servidores, tudo isso com o intuito de mostrar a importância do conhecimento para eliminar de suas vidas a procura das drogas, seja qual for o pretexto.

Embora a prevenção seja muitas vezes mais eficaz se for impregnada desde cedo na formação das pessoas, será importante um projeto de valorização da vida no setor público. Lá, os servidores são tencionados pelo dia-a-dia, pressionados pela limitação de seus sonhos e julgam-se e talvez sejam, pouco valorizados. E a droga, se não bem informado, poderia ser uma forma de esquecimento de seus problemas ilusoriamente. Aí reside a importância do conhecimento verdadeira do que é a droga e dos malefícios advindos dela.

Dentro desse programa deverão ir a instituições para que "vejam" com os próprios olhos e ouçam as experiências de outras pessoas que entraram nesse mundo e estão tentando sair.

Só a vontade tenaz dos profissionais da área de prevenção das drogas e dirigentes do setor público conseguirá fazer com que um programa tão importante como esse seja instaurado nas repartições com o fim de melhorar a qualidade de vida do funcionário público em geral.

E isso porque muitas vezes o trabalhador em geral é assoberbado por difíceis problemas que o atormentam tanto sem ter a solidariedade de ninguém que o caminho da desesperança pode levá-lo a estradas íngremes de um possível e sonhado esquecimento. E é aí que a prevenção atuará eficazmente

Porque as Pessoas Usam Drogas

O que leva uma pessoa a fazer uso de drogas?

Busca de algo importante que ainda não conseguiu realizar? Desesperança? Falta de perspectiva? Desilusões? Ausência de ideais? Afetividade abalada? Carências?

Pode ser uma dessas causas ou talvez até mais de uma que leva às vezes as pessoas a procurar algo que dê lenitivo à sua vida.

Nada encontrando e desenformado, apesar das propagandas contra a droga, ele opta pelo conhecimento próprio, certo de que escapará ileso. É assim que começa o imenso labirinto de sofrimento e desespero que aguarda os consumidores iniciantes de droga.

O funcionário público, tão sacrificado já, cuja vida profissional muitas vezes depende de promoções avaliadas por alguém cuja parcialidade pode preponderar é uma presa fácil no uso das drogas, se não estiver profundamente informado.

Quando falo do funcionário público sacrificado, refiro-me aquele, cuja labuta diária e esforço constante, constituem a meta de sua vida, em termos profissionais. Não estou falando de dirigentes eventuais ou de pessoas que chegam por intermédio de cargos de comissão e indicações políticas.

Refiro-me aquela pessoa (homem ou mulher) que se levanta cedo, leva o filho à escola, entra no horário, assina o ponto e inicia seu longo dia só terminado muitas vezes tarde da noite, já que também provê ou ajuda a prover, a família na caminhada para o futuro.

É para essas pessoas, talvez hoje não devidamente valorizadas, que a prevenção deveria atingir, principalmente se levarmos em conta, a grande quantidade de jovens que principalmente deste 1988, ingressam no serviço público, através de concurso público.

As drogas podem ser perigosas sempre mormente num momento de vulnerabilidade profunda. Experimentando uma droga e sentindo os efeitos iniciantes e dourados que elas podem trazer, o jovem se sente inebriado pela ilusória fortaleza momentânea.

Alertamos então e novamente os profissionais técnicos na especialidade desse tipo de prevenção para a necessidade de apoio e ajuda ao funcionário público para que ele possa solucionar seus problemas e vencer suas angústias de forma sadia e eficaz.

O Que Fazer para Combater as Drogas

Dentro do esquema acima apresentado, a informação segura com todas as seqüelas que as drogas possam causar, incluindo:

· a dependência perniciosa;

· os sofrimentos que advirão dessa utilização;

· a angústia permanente da síndrome de abstinência;

· os sintomas desesperantes causados pelo uso rotineiro.

São uma forma de também convencer os experimentadores o quanto eles estão no abismo se quiserem começar ou continuar no caminho triste das drogas.

"A informação sobre drogas, para que atinja os objetivos da prevenção, deve ser adaptada ao grupo a que está sendo dirigida.

As normas são várias:

· uso abusivo de drogas não deve ser discutido sob o ponto de vista moral, político ou religioso, porque acima de tudo deverá ser enfatizado os malefícios por si só;

· efeito de uma droga depende da dose, do método de administração da mesma, da freqüência do seu uso, do indivíduo e do meio ambiente;

· deixar sempre bem claro que no momento que se passa a usar drogas, a pessoa deixa de ser o seu dono, porque será manipulado por elas;

· enfatizar a interferência de drogas no cérebro e seus efeitos psicológicos;

· lembrar que também as drogas lícitas são danosas como o álcool, o fumo e os medicamentos;

· deixar que as pessoas tirem suas próprias conclusões;

· incutir nas mentes, principalmente nos jovens, que os problemas não serão solucionados com a fuga deles ou se procurarmos ficar fora da realidade e que o uso de drogas não solucionará, apenas complicará qualquer situação."

As tensões e frustrações não são fáceis de contornar. Mas cabe uma pergunta para o auxílio das pessoas angustiadas por qualquer tipo de problema: Quem sabe, um terapeuta, profissional competente, poderá ajudar nessa difícil tarefa?

Sabemos as dificuldades financeiras do funcionário público, mas então deverá existir em meio à família ou amigos alguém esclarecido e interessado que possa ajudar. Sempre existe! Procuremos!

Ajuda do Profissional de Saúde

Para que haja ajuda, é preciso que haja um engajamento terapêutico.

Quando do tratamento de usuários ocasionais ou mesmo freqüentes, mas não dependentes de drogas, é preciso insistir sobre a importância de uma parada ou diminuição do padrão de consumo. Cabe, ainda, tranqüilizar a família quanto à gravidade da situação, para que possa haver a desdramatização requerida.

"Para que haja engajamento o profissional de saúde deve sempre lembrar que está diante de um paciente e não um marginal ou delinqüente, ainda que às vezes isto possa parecer. A manutenção de uma postura clínica aberta facilitará e muito um trabalho de ajuda à essas pessoas e deve-se fazer uma correlação entre os problemas que estão marcando sua vida e o consumo de drogas, lícitas ou ilícitas. Às vezes, esta percepção é suficiente para um despertar da consciência e desejo de livrar-se das drogas. Deve-se a partir daí ser estabelecido um contrato terapêutico entre o profissional e o paciente."

Exemplos: abstinência imediata de todas as substâncias ou redução gradativa etc.

De qualquer forma, deve-se respeitar a voluntariedade do tratamento proposto, a não ser que haja indicação compulsória por razões médicas.

Mas indubitavelmente, a prevenção precisa ser cada vez mais estudada, inclusive os critérios a ser adotados, porque é a forma mais salutar, amena e segura de prevenir o eventual usuário de drogas, sem que haja sofrimento e amarguras dolorosas demais e que ainda podem deixar seqüelas profundas tanto física quanto psiquicamente.

Sugestões para a família

Nada adiantará a prevenção contra as drogas se esta prevenção não atingir a família, pois a cooperação desta é imprescindível e decisiva.

Segundo Salete Maria Vizzoto, existem temas primordiais que deverão ser tratados em reuniões de programa de prevenção.

Ø as doenças provocadas pelo tabagismo;

Ø os problemas psicológicos, físicos e sociais advindos do álcool;

Ø psicologia do desenvolvimento;

Ø os perigos da auto-medicação;

Ø os problemas que as pessoas enfrentam hoje;

Ø o relacionamento positivo necessário ao desenvolvimento pessoal;

Ø valores vivenciados pela família, no trabalho e na comunidade;

Ø importância da dinâmica da família como fator de prevenção;

Ø a religiosidade na vida das pessoas.

As reuniões, para que sejam salutares, deverão ser evitados assuntos corriqueiros do dia-a-dia ou acontecimentos diários da vida profissional. Essas reuniões são específicas para a prevenção em si. Nestas traçam-se as metas que deverão ser seguidas; aconselhamentos, encaminhamento para especialistas, dramatizações, dinâmicas etc.

Muitos estudos têm demonstrado que o consumo de drogas entre os dependentes está fortemente relacionado com os sentimentos negativos que estes têm da sua família, pois muitas destas sofre inúmeros ataques, tensões, pressões, separações que as leva a desestruturar-se.

O moderador conduzirá as reflexões e os debates, de maneira que o grupo perceba a responsabilidade de cada um em cooperar na dinâmica familiar, na solução de problemas, que podem melhorar as relações e a comunicação com os seus pares e demais membros.

Está constatado que o método mais eficiente para o alcance dos objetivos propostos é o debate franco entre os dependentes ou não e o especialista, com formação adequada.

E não é possível, que em meio a família, não encontre nenhuma pessoa que possa orientá-lo e principalmente ajudá-lo, aliviando-o da angústia com amizade e ternura.

Narcóticos anônimos – um caminho para a melhora

"Os narcóticos anônimos" que vivem de contribuições próprias, aceitam doações e integram um espírito de solidariedade incomum, é um caminho importante para quem já considerado toxicômano não encontra forças para levantar-se e também para aquele que apenas iniciando dependência em drogas, não está conseguindo afastar-se dos seus efeitos e ilusórias soluções.

Lá, todas as pessoas que querem distanciar-se da droga encontrarão em suas reuniões pessoas que, sofridas e dispostas a enfrentar momentos difíceis, darão depoimentos importantes e procurarão ajudar aos outros, ali presentes, mostrando que ninguém estará sozinho.

Ninguém se escandalizará com a narrativa dos companheiros, nem ouvirão com displicência nada do que seja dito. Tudo será importante, vindo de alguém que precisa curar-se.

Ali não há categoria social. Todos são iguais, sejam ricos, pobres, cultos ou analfabetos. São pessoas angustiadas e dependentes, sofrendo de dolorosas síndromes de abstinência que procuram a paz e a tranqüilidade em meio ao mais próximo de seus próximos – um outro toxicômano.

Não dá certo a separação por níveis sociais, etários ou culturais e não há outro assunto possível que não seja evitar drogas.

Há dois preceitos importantes na luta para a libertação:

não experimentar nenhuma droga por leve ou mínimo que seja;

vencer sempre o dia de hoje, cada dia o importante é ter vencido ontem, estar vencendo hoje e ter otimismo no amanhã.

Para isso muitas vezes o toxicômano já passou por uma desintoxicação e espera ali, encontrar entre os companheiros um condicionamento que o levará a superar a droga.

Talvez até não tenha passado por algo tão severo mas tem esperança de com a ajuda dos toxicômanos anônimos e um bom tratamento médico conseguirá eliminar a dependência.

É um caminho. Caminho de esperança, solidariedade, exemplo, despojamento e calor humano.

Unidos vencerão. Vencerão, sem dúvida, porque ao procurar os "N.A." os usuários de drogas já estão pelo menos convencidos de que com ela seu caminho será cada vez mais árduo e só chegará ao fundo imenso de um precipício do qual não conseguirá sair.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AITER, M. A. B. Drogas: drogas e conseqüências. 3a ed., São Paulo, Editora Jeonissi,

1994.

BUCHER, Richard:Prevenção do uso de drogas/ [pela ] equipe do Cordato-coordenador do

Cordato. CEAD vol. 1, Editora UnB.1989

.KALINA, E. Drogas: terapia familiar e outros temas. Rio de Janeiro, Editora Francisco Alves, 1991.

MURAD, J. E. Drogas: o que é preciso saber. 3a ed. Belo Horizonte: Editora Lê. 1990.

MURAD, J. E. O que você deve saber sobre os psicotrópicos: a viagem sem bilhete de volta. 2a ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Dois, 1972.

SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE, Normas e procedimentos na abordagem do uso de drogas. Brasília, 1991

OLIENENSTEIN, C. A droga: drogas e toxicômanos. 2a ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1984.

RIBEIRO, Mônica Moreira Diniz. Prevenção às drogas. Monografia. Disciplina Pesquisa Metodológica. Curso de Orientação Educacional. CEUB, Brasília. 1997

SILVESTRE, R. M. A dependência química hoje. Brasília: s/ ed. 1992.

VIZZOLTO, S. M e Seganfredo C. A. Uma onda perigosa: fumo - álcool - drogas. 3a ed. Petrópolis: Editora Vozes. 1991.







Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui